Prevenção e combate: Hospital Evandro Ribeiro orienta população sobre riscos da surdez
No Brasil, 9,7 milhões de pessoas, ou seja, 5,1% da população, possuem deficiência auditiva de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), no planeta, pelo menos 800 milhões sofrem alguma perda relacionada a este sentido. Pelos dados da Sociedade Brasileira de Otologia, a cada mil crianças nascidas no país, de três a cinco são surdas. Não bastassem as estatísticas alarmantes, o prognóstico não é favorável. Pesquisas mostram que o número de acometidos pela deficiência tende a crescer devido a três principais fatores: aumento dos ruídos do cotidiano, crescimento da população idosa e detecção tardia do problema na infância, apesar da obrigatoriedade do teste da orelhinha.
Para marcar o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez, comemorado em 10 de novembro, a equipe do Hospital Evandro Ribeiro (HER) estará de plantão a partir das 8h em frente ao PAM Marechal, prestando orientações à população de Juiz de Fora e região sobre os riscos e cuidados para prevenir a deficiência. “Queremos chamar a atenção das pessoas para o problema. Com o crescimento das cidades, a toda hora, nossos ouvidos recebem estímulos prejudiciais à saúde auditiva e são poucos os momentos em que há silêncio total para darmos descanso a eles”, afirma o otorrinolaringologista Evandro Ribeiro de Oliveira.
O especialista explica que a surdez, quando não é hereditária, pode ser prevenida com hábitos saudáveis de vida, como fazer atividades físicas regularmente e ter uma alimentação balanceada. “A dieta deve incluir alimentos como banana, abacate, batata-doce, feijão e leite, que são ricos em potássio, um dos nutrientes mais importantes para a saúde auditiva. Este mineral é responsável por suportar a transmissão dos impulsos nervosos e, se ingerido em poucas quantidades, pode influenciar na perda auditiva”, detalha.
Para verificar se existe perda auditiva em um ou em ambos os ouvidos, o ideal é que, anualmente, as pessoas, especialmente as com mais de 50 anos, procurem um médico para fazer avaliação audiológica. “As pessoas vão ao dentista e ao oftalmologista pelo menos uma vez por ano, mas não têm o hábito de checar se está tudo bem com os ouvidos. Isso é um erro. Se o problema for detectado precocemente, ao menor sinal de perda de audição, é possível evitar ou retardar a degeneração da capacidade de ouvir”, alerta o otorrinolaringologista.
Caso a surdez já esteja instalada, o uso de aparelhos auditivos pode ser indicado para amplificar o som. Mas esta não é a única solução. Além das próteses, que têm um papel importante no resgate da qualidade de vida, o Implante Coclear é um procedimento avançado e de alta tecnologia, capaz de devolver a audição ao paciente e permitir sua convivência plena em comunidade. “Existem várias soluções, mas é o médico quem vai estabelecer o melhor recurso de acordo com a necessidade de cada paciente. O Implante Coclear, por exemplo, é recomendado para pessoas com perda auditiva moderada a profunda nos dois ouvidos e que não são mais beneficiadas com os aparelhos auditivos”, esclarece o especialista, lembrando que o Hospital Evandro Ribeiro é o único na região da Zona da Mata, Sul e Sudeste credenciado pelo SUS a fazer esta cirurgia e que conta com mais de 200 procedimentos já realizados desde 2010.
Principais causas da surdez:
Infecções contraídas durante a gestação, como rubéola, toxoplasmose, sarampo, sífilis, herpes, diabetes, pressão alta, meningite, entre outras.
Remédios e drogas podem provocar malformações no sistema auditivo do bebê.
Traumatismos na cabeça associados à perda de consciência ou fraturas cranianas.
Infecção de ouvido persisitente ou com duração por mais de três meses.
Confira dicas para todos ouvirem bem:
Gestantes devem realizar o pré-natal e não tomar medicações que possam prejudicar a audição da criança.
Crianças devem ser vacinadas contra doenças infecciosas como a caxumba, sarampo e meningite.
Trabalhadores devem fazer uso de EPI em seus locais de trabalho, evitando a exposição a sons de alta intensidade.
Não introduzir qualquer objeto pontiagudo no conduto auditivo (grampos, canetas, cotonetes), pois podem causar lesões.
Todos devem evitar a automedicação.
Evitar a exposição prolongada a sons em forte intensidade. Para isso, controlar o volume do seu MP3, TV ou som do carro.
Na natação, tomar cuidado especial com os ouvidos, pois o contato frequente com a água pode causar obstrução e infecção.
Ao sinal de qualquer deficiência auditiva, procurar um otorrinolaringologista.